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Conversando com um Unicórnio


Sim, eles existem. Não estou completamente tantan! Deixa eu clarear essa história pelo início…


Em algum momento de agosto desse ano, uma galera da FGV Direito SP me achou no LinkedIn - a maior rede social de negócios - e convidaram-me a participar de um painel do 10º Fórum da Internet no Brasil (FIB10): "Internet, tecnologia e o futuro do trabalho na economia digital", promovido pela CGI.BR (https://forumdainternet.cgi.br/). Tema e entidades interessantíssimas; não tive como negar. Aceitei e preparei-me para aquele bate-papo “cabeça”, o que por si só dará uma outra aula condensada.


O mais bacana da mesa composta foi a diversidade dos debatedores: executivos, professores, pesquisadores e por aí vai. E nessa turma boa tinha uma jovem chamada Tatiane Alves, Legal Coordinator da iFood. Quando nosso painel foi concluído e aberto ao público, a conversa que aconteceu entre os debatedores foi mais intensa do que com a audiência, o que talvez tenha chamado a atenção da Dra. Tatiane, uma vez que nossas intervenções sempre “morriam” em empreendedorismo e startup. O resultado foi que, pouco tempo depois, recebi este convite:


“Como falamos, nós temos um fórum quinzenal com o time de Finanças do iFood (que abraça várias áreas: jurídico, políticas públicas, governança corporativa, etc) e sempre trazemos um convidado para contar sobre sua trajetória e trazer alguns temas atuais. Convidamos você para participar conosco na próxima quinta-feira, 5/11, às 9h30 para falar um pouco sobre os desafios enfrentados na academia e nas incubadoras e sobre o impacto da tecnologia na vida das pessoas”. (Tatiane Alves, Outubro de 2020).


E como se não pudesse tornar esse convite ainda mais irresistível, minha anfitriã reforçou que eu, muito provavelmente, deveria ser o primeiro docente a participar de uma reunião como esta. Se GBB-San, aprendiz da inovação, cujo signo é empreendedorismo inovador com ascendente em startup, já daria um braço (digital, claro) pra bater um papo com a 11ª marca mais lembrada durante a pandemia e o 1º App de serviços mais utilizado, imagina com um empurraozinho destes? E assim foi!


No encontro condensado de hoje, vou dar um testemunho dessa experiência, pois não é todo dia que se é convidado para conversar com um unicórnio. O simples convite já me ensinou algo. Vejamos!


Mas, o que é um Unicórnio?


Segundo o Distrito, melhor HUB de inovação aberta do Brasil e que tem um grande parceiro potiguar imortal por lá, Johnatan Highlander, temos o seguinte:


“O conceito foi criado em 2013, quando o Facebook adquiriu o Instagram. Aileen Lee, da Cowboy Ventures anunciou o surgimento do primeiro unicórnio da história. A definição stricto sensu é uma startup de capital fechado que atingiu valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. No mundo, hoje são 449 unicórnios ― 50% deles estão nos Estados Unidos, 25%, da China. Até 2018 não havia um único Unicórnio brasileiro. Dois anos depois, temos nove. Mais do que isso: em 2019 fomos o terceiro país no mundo a produzir mais novos Unicórnios, com 5. Atualmente, os Unicórnios brasileiros são: 99 Táxi, Ebanx, Gympass, iFood, Loft, Loggi, NuBank, Quinto Andar e WildLife. Tais empresas captaram, em 2019, mais de US$ 1,2 bilhão e outros US$ 175 milhões no primeiro mês de 2020. Para ter dimensão de como esse fenômeno é recente, segundo o CB Insights, apenas 3 novos Unicórnios surgiram no mundo em 2013. Em 2019, foram 127”.


Esse artigo é do começo do ano. Muita coisa mudou de lá para cá e a iFood continua grande.


Solicitando participação no Zoom


Chega o dia e hora do Zoom. Imaginando que seria uma reunião com meia dúzia a dez pessoas, havia preparado uma pequena apresentação para ser concluída em 10 minutos, com uma descrição sucinta de minha trajetória que culminaria com ações dentro do empreendedorismo inovador. Ao final dos slides, como forma de agradecimento à galera da iFood, preparei uma demonstração singela do poder das ferramentas da TRIZ - aquelas que uso para romper a inércia psicológica e gerar inovações -, e utilizei umas das 100 que compilei, a Nine Windows (9W), com o intuito de mostrar onde se pode chegar com a quebra da inércia psicológica. O susto, positivo of course, se deu pouco tempo depois de eu ter o acesso concedido para a reunião. Em uns três minutos, a tela do App Zoom deu um zoom de 10 a mais de 180 perfis plugados na telinha. Reuniãozinha bem grande!

Nunca vi tanto FoodLover junto!


Sobre o que conversamos


Depois de ter sido introduzido no grupo por minha anfitriã, a Foodlover Tatiane (e já recuperado do susto), fui direto à apresentação, cujo título “Do NATA ao IncaaS: Sugerindo Interfaces entre o Mundo.EDU e o Mundo.COM”, narra minha trajetória desde a criação da primeira incubadora da UFRN, o NATA (2007) (https://nossaciencia.com.br/colunas/a-inpacta-seu-arcabouco-e-o-futuro-hoje/), à implementação do IncaaS (2019), uma startup geradora de startups, sendo preparada para tocar o mundo lá fora em breve. Mostrei lá que ao mesmo tempo que eu ajudava a criar estruturas por fora, mudava o mindset por dentro. O meio promoveu minha inversão profissional, me extraindo da Matrix da engenharia eletrônica e me catapultando a Zion, locus do empreendedorismo inovador. Foi o resultado por ter aceito a pílula vermelha.


Passado o momento “My innovation way”, apontei indícios da metodologia de órbitas criada para o IncaaS. Já caminhando para o último slide, chego ao presente que havia preparado para a audiência. Utilizando a 9W, sugeri propostas futuras para a empresa fictícia iGood (qualquer coincidência, foi mera semelhança). Assim, viajei com a iGood da subestrutura à superestrutura, indo do passado ao futuro, e mostrando alternativas de inovação para esta empresa fictícia. Claro que a iFood deve ter milhares de propostas no forno, mas vai que eu acerte uma?! Este slide “surpresa” já está com a galera da iFood. Sendo assim, e já que tem um endereço certo, não ficaria bem mostrá-lo aqui. Quem sabe um dia...


Minha impressão da iFood


Por fora, a empresa faz o dever de casa sobre transformação digital direitinho, não chegando a figurar como unicórnio por acaso: 1) é comprometida com o próprio crescimento e com a carreira de seus colaboradores, apelidados de Foodlovers; 2) entrega a inovação correta ao cliente (valor percebido pelo Mercado), que é a chave para escalar é garantir uma base fiel de usuários, escudeiros de sua marca; 3) concentra-se em métricas financeiras corretas (OKRs e KPIs), do contrário não teria se dado bem nas rodadas de investimento; 4) atualmente, opera uma Fintech própria, para viabilizar transações com e entre parceiros; 5) trabalha a coopetitividade (cooperação e competitividade simultaneamente), uma vez que lida com vários concorrentes, atuando na arbitragem de diferenças, pois compreende que um único fornecedor não dá conta de todo um Mercado e, finalmente, 6) escuta os clientes indistintamente: sou a prova disto, já que em um plantel de 220 milhões de habitantes pararam para me ouvir.


Por dentro, detectei que se preparam para perdurar como empresa, por causa da energia positiva da galera antes do início da reunião e a liberdade de comunicação que todos tinham com os C-levels (COO, CMO, CIO, CPO etc.) que estavam por lá. E outra validação inerente às empresas do futuro: exercem a Holocracia, forma de administrar uma empresa, que se dá através da remoção do poder de uma estrutura hierárquica, substituída por um sistema de distribuição da autoridade. Como eu sei disto? Acredito que a Foodlover Tatiane me convidou sem precisar solicitar isto em 20 vias aos C-levels.


Feedback instantâneo


Do mesmo modo que saí do Zoom positivamente atordoado, também acho que impactei de alguma forma! Após o bate-papo, recebi mais de 40 solicitações para conexão em meu perfil do LinkedIn. Todas aceitas, claro. A conversa rolou numa energia dantesca, estimulante. Foram 10 minutos de fama que renderam mais de uma hora de perguntas. O aprendizado e a consolidação das coisas que propago por aqui, inflaram meu ego. Senti-me abordo de um foguete da SpaceX pedindo comida pelo iFood!

Não é Tinder, mas deu match!


Finalizando…


Por que desse testemunho para nossos leitores? Durante o bate-papo, ouvi palavras como: Campina Grande, Piauí, João Pessoa, Recife, Natal e outras que esqueci, quando se referiam ao empreendedorismo inovador. Ouvi pessoas dizendo que seguem (e gostariam de seguir mais) inovadores destas bandas. Ser convidado para falar de inovação para um time como o da iFood, excelência em empreendedorismo inovador, só comprovou o que sempre digo a meus alunos: as cabeças daqui são do mesmo tamanho das cabeças de lá. E contrariando o grande poeta Gonçalves Dias, acredito que não estamos exilados. Portanto, posso dizer que:


“Nossa terra tem inovação, onde empreende o Sabiá. As aves que aqui gorjeiam, empreendem como lá”.


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