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Mulheres na Tecnologia

Atualizado: 18 de mai. de 2020

Vocês conhecem o cenário internacional e nacional das mulheres nas áreas tecnológicas? Então, vamos conversar um pouco sobre isso?





De modo geral, nomes como Ada Lovelace, Grace Hopper, Dana Ulery e Katherine Johnson passam despercebidos quando citados em diferentes diálogos. Em compensação, Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg são nomes reconhecidos de imediato. Mas, o que todas essas pessoas têm em comum? Mesmo que em épocas diferentes, podemos afirmar que todas elas dedicaram suas vidas ao mundo das ciências e dos computadores, e por isso, foram pioneiras em diversas áreas.

A invisibilidade das mulheres e o reconhecimento global dos homens distanciam cada vez mais o público feminino da área computacional, que se sente sem referências. E por mais incrível que pareça, houve um tempo no qual as mulheres eram maioria nesse setor. Mulheres criaram algoritmos, linguagens de programação, compiladores, realizaram cálculos que permitiram a Apollo 11 aterrisar na lua, assim como o primeiro americano a orbitar a Terra. O problema é que mesmo quando mulheres exerceram papel primordial na história científica, suas participações foram deletadas, ignoradas ou minimizadas durante os registros dos fatos. Então, nos dias de hoje, na ocorrência de problemas com computadores, o “menino da informática” ou ainda o “rapaz dos computadores” são sempre lembrados para resolver. Mas por que não a "menina ou a moça dos computadores"? Isso quer dizer que a identidade do profissional da computação é masculina, mesmo com as mulheres realizando os mesmos reparos. 


A oportunidade de estudar e realizar trabalhos diferentes das atividades domésticas, assim como os homens, foram conquistadas  ao longo dos anos pelas nossas ancestrais. Isso fez com que as mulheres fossem maioria nas universidades, conforme apresenta o relatório Education at Glance 2019, uma espécie de panorama da educação dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e de mais outros 10 países (Brasil está incluso). Mesmo com essas conquistas no ensino superior, a preferência feminina continua sendo em áreas como educação, artes, saúde e humanidades. Essas informações corroboram com a ideia de que as diferenças de gênero na qual fomos submetidas ainda influenciam a formação profissional. 

Para se ter uma ideia, segundo os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o número de cursos de computação cresceu 586% nos últimos 24 anos no Brasil. Contudo, o percentual de mulheres matriculadas nesses cursos diminuiu de 34,8% para 15,5%.  E esses dados não são diferentes quando se trata do mercado de trabalho. Em companhias como Facebook, Google, Twitter e Apple, mundialmente falando, as mulheres representam apenas 30% dos funcionários. No Brasil, de acordo com a Microsoft, somente 25% dos empregados nessa área são do sexo feminino. E nem sempre isso pode ser justificado pela falta de mulheres capacitadas. 


A participação mínima das mulheres nas tecnologias ainda gera um outro problema, a questão da remuneração. De acordo com o estudo Desigualdade de Gêneros no Mercado de Trabalho, da plataforma Workana, quando se trata de rendimentos mensais, 16% dos homens de tecnologia ganham salários acima dos R$ 4 mil, enquanto as mulheres representam apenas 8%. E isso ainda muda de figura quando se trata de mulheres negras.


Para reverter este quadro, é necessário desconstruir muitas ideias. E isso deve começar com os brinquedos e as brincadeiras que separam meninos de meninas ainda na infância. Enquanto meninos são estimulados com jogos de videogame, brinquedos de montar e consertar, as meninas brincam de bonecas e brinquedos relacionados com trabalhos domésticos. Então, é importante estimular as meninas desde cedo e mostrá-las que além de bonitas, elas podem ser tão ou mais inteligentes do que os seus colegas. 


Para o público mais jovem, existem outros desafios: (i) é preciso aproximar as meninas do ensino básico e médio de áreas mais tecnológicas, desmistificando a ideia de que se trata de áreas masculinas; (ii) é necessário incentivar meninas que frequentam esses cursos a concluírem seus estudos; (iii) é fundamental manter o incentivo a mulheres que estão no mercado de trabalho de tecnologia. 


Mas, durante esse tempo todo, ninguém tem feito nada para mudar esses números? Claro que sim! No âmbito internacional, temos diversas ações como a discussão do empoderamento feminino por meio de tecnologias digitais como parte de ações da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência e o Prêmio Internacional L’Oreal-UNESCO para Mulheres na Ciência. No cenário nacional, a Sociedade Brasileira de Computação (SBC) criou o Programa Meninas Digitais para divulgar a computação e suas tecnologias para meninas do ensino médio através de iniciativas locais. Hoje, em praticamente todos os estados do Brasil, temos projetos que fazem parte dessa iniciativa. 


Depois dessa conversa, que tal pensarmos juntos em possibilidades de melhorar esses números? Vamos fazer a diferença no mundo de muitas mulheres? Vamos mostrar ao mundo do que somos capazes?


REFERÊNCIAS

https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/05/10/a-retomada-do-espaco-da-mulher-na-computacao/ https://en.unesco.org/science-sustainable-future/women-in-science/laureates http://meninas.sbc.org.br

https://www.bbc.com/portuguese/geral-49639664 https://en.unesco.org/events/international-day-women-and-girls-science https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2019/04/23/interna_tecnologia,750829/mulheres-ocupam-apenas-25-dos-empregos-de-ti-no-pais.shtml https://tiinside.com.br/19/03/2019/mulheres-sao-apenas-8-em-tecnologia/

Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). UNESCO/ONU, 2018.



 


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