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Receita para entrar no Oceano Azul

Avaliar o nível da empresa exige maturidade empreendedora, uma boa equipe e um bom entendimento do modelo de seu negócio e também pode ser a diferença entre perseverar ou fracassar.


Esta postagem foi originalmente divulgada no site www.nossaciencia.com.br e está reproduzida aqui com a autorização do autor.


Quem mergulhou no mar do empreendedorismo, com certeza, já deve ter visto ou ouvido (ou recebido um zap) falar no icônico livro de W. Chan Kim e Renée Mauborgne: A Estratégia do Oceano Azul, leitura obrigatória para entender como se dá a inovação no Mercado. Nela os autores sugerem evitar a briga pela sobrevivência – utilizando o velho aprimoramento de produtos ou serviços, pela reformulação de seis fronteiras do Mercado, criando um novo, tornando a concorrência irrelevante.


A disputa por crescimento incremental, que é o que 95% de todo mundo faz, cria um oceano vermelho, apinhado de tubarões que chegam a se mutilarem, ao passo que a inovação é capaz de levar você a um oceano azul, na qual será um tubarão in solo nadando de braçada, ou melhor de barbatanada, e comendo os ‘peixinhos verdes $$$’ que estiverem por lá…


Pelo menos por uns seis meses, tempo em que você ficará parrudo, até os outros tubarões te alcançarem! Bom, mas a vida não teria graça sem competitividade. Embora o livro sugira mudanças de postura em empresas consolidadas no Mercado, ele não envereda no mundo das startups, como também não diz de forma clara por onde estamos nadando, nem o tamanho deste oceano. Esse modelo mágico não é simples, mas proponho um matemática ancorada em estatística para você saber “com quem nadas” e como saltar pro lado azul da força.


Níveis de Inventividade.

Inspirado na seção The five Levels of Inventiveness, do Livro Trizics (Cameron, G. 2010), bolei um Mapa oceânico para as startups. Essa figura que tem um “solzinho” esquentando o Mercado.

O que temos neste quadro? Esse quadro, baseado em milhares de cases de Mercado, aponta, na primeira coluna, os níveis de inventividade necessários para resolver problemas em empresas. Assim, para o Nível 1, no qual se enquadram 35% dos problemas das empresas, as soluções encontradas não levam à eliminação de contradições técnicas, apenas resultam em invenções menores, invenções que não geram propriedade intelectual. Um problema do Nível 1 significa que um método de solução reside dentro das fronteiras de uma única profissão e que pode ser resolvido por todos os profissionais familiarizados com a área do problema.


Problemas no Nível 2 envolvem contradições técnicas, que podem ser facilmente superadas com métodos de solução conhecidos em disciplinas de áreas de sistemas relacionados. Por exemplo, um problema relacionado a uma ferramenta de corte de metal pode ser resolvido usando algum método conhecido em máquinas que trabalham no corte de pedras, já que esses dois sistemas técnicos podem ser chamados de “relacionados”. 42% das broncas do Mercado moram aí.


Em problemas do Nível 3, encontramos contradições cujo conhecimento necessário para resolvê-lo reside dentro das fronteiras da mesma ciência; os problemas “ópticos” são resolvidos com o conhecimento da óptica, os problemas “químicos” são resolvidos com o conhecimento da química. 18% dos problemas encontrados nas empresas nadam nesta faixa. Até aqui temos então 95% das ‘pelejas’ do Mercado. Resolver isso mantém muita gente empregada.


A mina de ouro

Indo para o Nível 4, as soluções passam pela síntese de um novo sistema técnico. Como o novo sistema não se refere à resolução de contradições técnicas, talvez essa nova invenção tenha sido feita sem superar as contradições. De fato, existiam contradições, mas elas estavam relacionadas a um antigo sistema técnico – um protótipo. Nesse nível, as contradições são eliminadas por meios que podem residir longe das fronteiras da ciência a que o problema pertence. Por exemplo, problemas “mecânicos” são resolvidos com conhecimento de química, elétrica ou de materiais. Aqui pode ser gerada propriedade intelectual do tipo modelo de utilidade.


Chegando ao último nível, adentra-se na zona inventiva, uma complexa rede de problemas difíceis. O número de tentativas é virtualmente ilimitado, resultando em uma invenção pioneira. Tal invenção lança um sistema radicalmente novo, que é acompanhado por invenções de níveis menores ao longo do tempo. Uma nova área de tecnologia, um novo processo de marketing, uma nova metodologia é criada. Nesses dois últimos níveis, a solução pode levar uma startup a se tornar um unicórnio, como diz o jargão do meio, ou presentear algum grupo de pesquisa com o Nobel. O grafeno é um tipo de produto com estas duas características.


A Receita para saber onde se estar e saltar

Agora ficou “facinho, facinho”!. Com base no Mapa Oceânico, tem-se que fazer uma autoanálise do que está acontecendo, do que se está fazendo e refletir onde se encaixar. Deve-se perguntar: Estou aprimorando algo já existente, algo cujo princípio já foi descoberto e que não há mais nada a acrescentar? Devo misturar conceitos? Devo promover um hackathon na empresa? Pretendo criar algo novo e saltar para a parte azul do Mapa, onde reinam 5% dos arautos do Mercado, e ganhar margem de distância e folga para pensar melhor, ou continuar em uma disputa incremental sem fim, com 95% dos tubarões, sem saber como chegar ao fim do mês? Será que o número de tentativas é um indicativo de erro de procedimento ou estou criando algo que tende a subir de Nível? Devo procurar ajuda científica/profissional externa, ou “ralo aqui com meus botões”? Responder a estas perguntas exigem um alto grau de maturidade empreendedora, de uma boa equipe e de um bom entendimento do modelo de seu negócio. Exige parada estratégica para se ir mais além. Isto pode ser a diferença entre perseverar ou pivotar, verbos que ainda mantém seu negócio no jogo, ou fracassar. Dê uma olhadinha no Mapa Oceânico e veja se, ou onde, seu mar está para peixe. Tudo está em suas mãos.


Afinal, em que aquário você vai querer disputar por comida?



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