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Tem inovação que é fogo!


Em 22 de julho de 2021, tive a grata satisfação de participar da solenidade de encerramento do curso de extensão destinado a oficiais do CBM-RN, “Empreendedorismo e Inovação na Gestão Pública do CBM-RN”, coordenado por mim e pelo mestre Kleber Cavalcante, durante o ano de 2019. Era para ter ocorrido em 2020; o adiamento se deu pelo já óbvio.


Comandantes do CBM-RN, Cel. Acioli e Cel. Monteiro: pioneiros aplicados e inovadores (arquivo pessoal)


Dada à quantidade de eventos em nosso hodierno dia-a-dia, o leitor poderia pensar que um deste tipo mereceria, no máximo, uma notinha de rodapé em algum veículo de comunicação, pois tratou-se apenas de um curso de extensão, fomentado por oficiais e professores, apoiado por uma incubadora - a inPACTA, e que versava sobre empreendedorismo e inovação na esfera pública militar. É, apenas isto... Isto... Isto... “Opa, peraí!”, gritariam os mais atentos: “você colocou as palavras empreendedorismo/inovação/esfera pública/militar numa mesma frase, sem um único verbo entre elas?”. Isso mesmo, atento leitor. E não é só isso: tudo partiu da instituição mais tradicional, amada e respeitada do Brasil e do mundo: do Corpo de Bombeiros Militar. Nesse caso, o CBM-RN. Então, caríssima e caríssimo empreendedor: se até uma instituição tradicionalíssima, militar e tida como inflexível já se deu conta que tem de forjar o espírito empreendedor dentro da caserna pra que se fomente inovações no modus startup de ser, de modo a se mostrar responsiva ao novo mundo, porque você ainda não entrou neste modo? E, por incrível que pareça, tem outras coisas que passam despercebidas: que tipo de instituição vocês acham que originou o método ágil Scrum, o conceito VUCA - que define o mundo de hoje -, que criou e é perita em estratégia? Pois é: não foram as startups civis, não! Neste bate-papo de hoje, mostrarei a vocês que a inovação percebeu apenas que precisa voltar pra casa.


O curso de extensão CBM-RN - inPACTA


Fomentado em 2019 pelo Comandante do CBM-RN à época, Cel. Acioli Bento, oficiais da área de ensino e o servidor técnico da UFRN, Kleber Cavalcante, concluíram que a forma mais rápida e eficaz de se implementar essa ação de extensão inovadora seria por intermédio de uma estrutura acostumada a lidar com tarefas deste tipo: a incubadora inPACTA.


A inPACTA já havia demonstrado poder de execução de projetos desta monta quando firmou parceria com a Associação de Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Adepol/RN) para implementar o projeto “Eu decido a segurança do RN”, que fora executado em menos de um mês, quando outras incubadoras procuradas pela Adepol/RN recusaram-se fazê-lo. Estávamos acostumados a agir rapidamente em questões estratégicas. Naquela época, quando se pensava em inovação, pensavam na inPACTA, e, claro, me acionavam. Sendo meu nome do meio “desafio”, entrei no circuito assim que fui sondado sobre a proposta. Terminamos o desenho do curso com 120 horas e quatro módulos recheados com temas que iam da gestão inovadora de pessoas a projetos de intervenção, passando por áreas de estratégia, empreendedorismo, inovação e, o mais curioso, startups. Duvidam? Acompanhem, então.


Projetos desenvolvidos


Se criatividade é o DNA da invenção, disciplina é o motor do empreendedorismo. Assim como ambas moldam a inovação, descobri que existem de sobra na corporação vermelha-amarela. Cores, aliás, que quando misturadas geram, curiosamente, o laranja, representativa da inovação. Vamos então ao que os oficiais aprontaram. Para não entregar o que foi desenvolvido, colocarei apenas os nomes dos projetos de intervenção, os quais têm potencial para se transformarem em startups: Salvando Vidas, tecnologia de “Uberização” do socorro; Analytics orientada a sinistros; Identidade visual inovadora à base de holograma 3D; Firethon: hackathon orientado a tecnologias de salvamento de vidas; App. Bombeiro Amigo do Peito; Plataforma CB-Compras: licitação ágil, melhoramento de processos e Rastreabilidade. CB-Tech: uma govtech para o CBM-RN.


Quando falo em “projetos desenvolvidos” pelos oficiais, não me refiro a um levantar de mãos e a verbalização de desejos escritos em esparsas linhas numa folha de papel. Falo da concepção de projetos utilizando o Project Model Canvas, modelamento com o Business Model Canvas, processos com o app. Bizagi e as respectivas defesas em formato de pitch (forma de apresentação profissional, rápida e precisa, em um tempo menor do que cinco minutos). Um destes projetos, inclusive, foi apresentado pela (na época) Maj. Denise Figueiredo, para interessados de fora da corporação. E ver para crer!


Efeitos colaterais


Passado tempo suficiente para que observássemos os desdobramentos, afinal o mundo ficou quase um ano e meio em standby, dei-me conta que não tinha como ter sentido os efeitos colaterais de nossa ação enquanto estava imerso nela. A experiência com revoluções mostra que estas só conseguem ser datadas muito depois de acontecidas. Comecei a estudar nossa incursão no CBM-RN e pensar como poderíamos desenvolver ações ainda mais contundentes. Foi aí que nesse meio tempo, a convite de seu núcleo de ensino, fui convocado a outra missão. Dessa vez para ministrar uma disciplina de metodologia científica e tecnológica no Curso de Habilitação de Oficiais Bombeiro Militar - CHO BM 2021. Sentido como se tivesse recebido um endosso pela minha atuação lá dentro, aceitei a tarefa com satisfação. Não perdi tempo e, claro, ministrei a disciplina com um toque na inovação e no empreendedorismo.


E a mesma surpresa se deu, e que está ainda em curso: a felicidade de me deparar com estudantes militares apaixonados por seus respectivos campos de atuação, com propostas de inovação em várias áreas (mergulho, videomonitoramento, pedagogias sobre complexidade voltadas à educação básica, metodologias de ajuda à saúde mental militar etc.) que em nada se diferenciam das bancas de startups que participo aqui fora, nem de nosso mestrado de inovação. Muito bom trabalhar assim. Na verdade, se divertir assim.


Próximos passos


Sentindo que achamos uma mina de nióbio - pois as melhores sementes para a inovação nascem das dores de seus fundadores -, as conversas vêm se estreitando no sentido de ampliar-se ainda mais as ações e os laços entre a inPACTA e o CBM-RN. Já se fala em uma segunda versão do curso de extensão para novos oficiais, uma especialização com possibilidade para maiores aprofundamentos, projetos de pesquisa e inovação e, pra completar o kit, uma ação aos moldes de um Hackathon, com a finalidade de criar massa crítica informacional capaz de evidenciar a necessidade de implementação de um centro dedicado – e autossustentado -, aos moldes da Fundação de Apoio ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo ou Fundabom, voltado à inovação, capacitação, pesquisa e desenvolvimento nas áreas de salvamento, prevenção a incêndio e áreas de interesse do CBM-RN. Quiçá, uma Govtech? Vocês já pensaram: além de ser a instituição mais confiável do RN, ser também uma das instituições militares top ten Brasil em áreas que envolvam prevenção de acidentes, salvamento de vidas, combate a sinistros etc. etc. etc.? CBM-RN-Innovation?


Finalizando...


Ilustres empreendedoras. Caros empreendedores: “se a palavra convence e o exemplo arrasta”, e se o CBM-RN é o mais querido, por que não imitá-lo? Por que não, incrementá-lo? Na dúvida, siga os bons.


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